
Comércio Global em 2025: Relatório da OMC destaca riscos…
Boa tarde,
A Organização Mundial do Comércio (OMC) divulgou o relatório Global Trade Outlook and Statistics – abril 2025, que destaca alterações significativas no cenário do comércio internacional.
De acordo com a OMC, o comércio mundial de mercadorias deverá contrair 0,2% em 2025, devido ao aumento das tarifas e à crescente incerteza política. Os efeitos variam por região, sendo a América do Norte a mais afetada. Em contrapartida, os Países Menos Desenvolvidos (PMD)* poderão beneficiar da diversificação dos fluxos comerciais, nomeadamente nos setores têxtil e eletrónico.
O comércio de serviços, ainda que não sujeito a tarifas, também será impactado, com um crescimento mais lento, mas os serviços digitais mantêm uma trajetória robusta, reforçando a importância crescente da economia digital.
Recomenda-se a partilha desta informação junto dos associados, incentivando uma reflexão estratégica sobre os riscos e oportunidades emergentes. As empresas estarão não só a par das principais tendências, mas também preparadas com ferramentas práticas para antecipar e tirar partido das oportunidades, mesmo num cenário de crescente incerteza.
O relatório integral, em anexo, também está disponível em: www.wto.org
*Nota: Nota: Os Países Menos Desenvolvidos (PMD) são definidos pela ONU com base em critérios económicos e sociais, incluindo países de África, Ásia, Pacífico e Caraíbas.
- PRINCIPAIS CONCLUSÕES
Contexto global – O que está a mudar
- Comércio de mercadorias: prevê-se uma contração de 0,2% em 2025, recuperando para +2,5% em 2026.
- Serviços comerciais: crescimento mais lento (4,0% em 2025 e 4,1%), com os serviços digitais em destaque.
- Impactos regionais: a América do Norte sofre mais; Ásia e Europa mantêm crescimento, mas moderado.
- PMD (Países Menos Desenvolvidos): poderão beneficiar da diversificação de fluxos comerciais.
- Riscos: a retoma de tarifas pelos EUA e a instabilidade política agravam a incerteza global.
Tendências-chave a acompanhar
- Redirecionamento de fluxos comerciais
- Empresas com produção em Países Menos Desenvolvidos (PMD) ou capacidade de exportação rápida devem explorar o mercado norte-americano.
- A guerra comercial entre EUA e China está a criar oportunidades para outros fornecedores internacionais.
- Cadeias de valor mais regionais (nearshoring)
- Portugal pode beneficiar pela sua posição estratégica na UE.
- Reforçar certificações, logística e integração em cadeias europeias é prioritário e pode aumentar a competitividade.
- Serviços digitais em crescimento
- Representam já 14,5% das exportações globais.
- Há oportunidades em software, consultoria remota, educação digital e plataformas online.
- Adaptar modelos de negócio para entrega digital e investir em marketing internacional digital.
- Maior pressão regulatória e tarifária
- Diversificação de mercados e monitorização contínua de políticas comerciais são essenciais.
- Planos de contingência devem estar preparados para mudanças súbitas nas regras.
- Sustentabilidade como fator competitivo e de diferenciação
- ESG, redução da pegada de carbono e certificações ambientais serão critérios decisivos para acesso a mercados.
- Implementar boas práticas ambientais e sociais pode facilitar o acesso a financiamentos e mercados exigentes.
- Certificações em sustentabilidade e relatórios ESG tornam-se elementos diferenciadores.
Recomendações para as empresas
- Avaliar e rever a estratégia deinternacionalização com base nestas tendências.
- Enquadrar as projeções de vendas internacionais não só nas previsões de crescimento global, mas também nos riscos de volatilidade de custos de acesso aos mercados.
- Reforçar a presençadigital e a capacidade exportadora remota.
- Estabelecer ou intensificar parcerias com AICEP e associações empresariais.
- Preparar-se para um ambiente regulatório exigente, mas com novas oportunidades de diferenciação.
Com os melhores cumprimentos.
Isabel Quintas
Direção Comercial – Associações
Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal
Rua de Julio Dinis, 748 -9º andar, 4050-012 Porto
G: +351 226 055 300 D: +351 226 055 371 M: +351 927 050 564